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Chicago Bulls: O time ficou no passado da NBA – LANCE!


Entendo que você, torcedor do Chicago Bulls, tentou acreditar no time, ao menos o mais otimista, mas a realidade sempre bate à porta na NBA. O início com cinco vitórias em 19 jogos teve seu capítulo mais terrível nessa terça-feira (28), com uma derrota por 27 pontos para o Boston Celtics. O jogo também foi válido pela Copa da NBA, torneio no qual a equipe não conquistou uma única vitória.

Muitos ficaram bravos quando a previsão do Jumper Brasil afirmou que a equipe estava se iludindo na liga ou que estava na pior posição da NBA. No entanto, se naquele momento estávamos falando sobre a equipe não ser boa e nem ruim o suficiente, parece que chegamos a um extremo em 2023/24. Sim, o time do Chicago Bulls é um dos piores da temporada da NBA. Eles são, enfim, ruins o suficiente.

É difícil mensurar a campanha em poucas palavras. Então, vamos entender o que acontece com uma das franquias mais tradicionais da Conferência Leste. E o motivo pelo qual seu protagonismo na liga se torna cada vez mais um artigo de raridade nos últimos anos. Ou melhor, desde que seu maior herói, Michael Jordan, parou de jogar.

Derrick Rose, Jimmy Butler e a indecisão

É verdade que, de lá para cá, vários executivos passaram pela franquia. Portanto, não é justo colocar tudo nas costas de Arturas Karnisovas, vice-presidente de operações de basquete e responsável pela formação do atual elenco. Mas a falta de ênfase, confiança e alguns passos muito errados começam aqui.

Derrick Rose e Jimmy Butler lideraram juntos a campanha até a segunda rodada nos playoffs de 2015. Aliás, foi lá que o Bulls venceu pela última vez uma série e também um jogo de playoffs em Chicago. No entanto, a campanha seguinte, não conseguindo a classificação para a fase decisiva pela primeira vez em oito anos, foi um marco. Foi ali que Chicago escolheu Butler. Rose, por sua vez, foi trocado para o New York Knicks.

Porém, a escolha não tinha convicção. Durou apenas um ano. E, por fim, uma grande combinação de nada em um elenco que não fazia o menor sentido com Rajon Rondo e Dwyane Wade, em 2016/17. A reconstrução chegaria um ano depois. Mesmo que a franquia tivesse endurecido uma série para o líder do Leste naquele ano (Boston Celtics).

Todos saíram no ano seguinte. Butler foi para o Minnesota Timberwolves, Wade para o Cleveland Cavaliers e Rondo para o New Orleans Pelicans.

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Reconstrução mal feita e mal acabada

Grande ativo do Bulls na época, Butler foi trocado por nomes que marcaram a reconstrução da franquia: Zach LaVine, ainda longe de ser um astro, o calouro Lauri Markkanen e um jovem promissor que, no fim, teve a pior carreira dos três, Kris Dunn. Ali, longos quatro anos de derrotas começavam e eram mal administrados por nomes como o terrível técnico Jim Boylen.

Alguns calouros realmente promissores passaram pela franquia, como Wendell Carter, Bobby Portis, Daniel Gafford e o próprio Markkanen. Outros, nem tanto assim, como Max Strus e Cameron Payne. Todos encontraram seu melhor momento e jogo em outro lugar.

Algumas das escolhas de primeira rodada que não vingaram no período foram Denzel Valentine, Justin Patton e Chandler Hutchinson. Aliás, ninguém desse trio vingou na NBA.

Mas em qual grupo os jovens atuais, muitas vezes criticados, se enquadram? Falo de Coby White, Patrick Williams, Ayo Dosunmu e Dalen Terry. Será que eles são ruins mesmo, ou estão em uma franquia que afunda jogadores jovens? Entendam, não é uma crítica destrutiva, mas é apenas uma constatação. O que acontece de tão errado?

Mas vamos voltar à nossa retrospectiva…

Passo além da perna

Chicago foi muito ruim da temporada 2017/18 até 2020/21. Em um período de quatro anos, foram 102 vitórias e 199 derrotas. É uma janela até bem realista para uma equipe em reconstrução, sobretudo para quem conseguiu apenas uma escolha top 4 do Draft desde então. Mas aí morava uma dúvida. Afinal, a franquia estava desperdiçando o auge de LaVine?

O astro, que pode ser o princípio do fim do momento atual da franquia com seus rumores de troca, foi o grande motivo para tentar dar o próximo passo. Ele se tornou um pontuador de mais de 25 pontos por jogo e um ótimo arremessador. Um jogador ofensivo completo, mas que não conseguia vencer jogos em um time que até tinha talento jovem, mas com zero encaixe.

Foi aí que, no meio de 2020/21, uma quarta temporada fracassada, Chicago se aproveitou do dominó da NBA. O Orlando Magic partiria para uma reconstrução total após dois anos caindo na primeira rodada e muitas lesões desde o começo daquela campanha. O maior astro do time, Nikola Vucevic, foi para o Bulls, representando o novo momento competitivo que a equipe viveria após anos na lama da NBA.

A dupla já era vista como muito poderosa. Lembre-se que o hoje criticado Vucevic era um dos melhores pivôs ofensivos da liga naquele momento. A classificação para o play-in ainda não veio ao final daquela campanha, mas um mercado agressivo e derradeiro aguardava o Bulls durante a offseason de 2021.

A troca envelheceu muito mal. Chicago enviou Wendell Carter, que se tornou um dos pivôs mais versáteis do jogo, e as escolhas de Franz Wagner, um futuro All-Star, e Jett Howard, escolhido na loteria de 2023.

O que falhou?

O resto da história, você com certeza conhece. Chicago contratou Lonzo Ball e DeMar DeRozan, e teve um dos times mais empolgantes da liga nos primeiros 40 jogos de 2021/22. No entanto, uma lesão do armador, que não jogou mais na NBA desde então, diminuiu o desempenho do time. Até ali, o novo time tinha 27 vitórias e 13 derrotas. Desde então, são 64 vitórias e 79 derrotas. A equipe só conseguiu ir aos playoffs na primeira temporada da parceria.

É falta de encaixe? Talvez. Na atual temporada, nenhum trio que jogou mais de 300 minutos junto tem um saldo de pontos tão ruim quanto LaVine, DeRozan e Vucevic. Lonzo era a cola que grudava tudo na equipe? Azar com mais uma lesão de proporções históricas [Rose feelings]? Tudo um pouco.

O elenco que não apresentou grandes respostas já nos últimos jogos da campanha de 2021/22 só levou Andre Drummond como reforço para o ano seguinte. Só melhoraram de fato quando trouxeram Patrick Beverley na trade deadline de 2022/23. No entanto, a melhora que quase levou a equipe para os playoffs iludiu a franquia novamente.

Nada de mudança, mais uma chance para o novo trio. Afinal, Ball pode voltar em 2024, não? As contratações de Jevon Carter e Torrey Craig, que casavam com algumas necessidades da equipe, empolgaram. Mas a mesma pergunta da previsão do Jumper Brasil para a temporada do Bulls volta à tona: adianta ter bons coadjuvantes se as suas lideranças não correspondem? A resposta geralmente é não.

O “ápice do caos” na surra para Boston é simbólico

Já foi dito no começo deste texto: o Chicago Bulls é uma das franquias mais populares da Conferência Leste. História, Michael Jordan, simbolismo, títulos. É difícil ir contra essa conta. E ser derrotado justamente pelo time mais popular (Celtics), que está competindo praticamente desde 2008 com uma ou duas temporadas de intervalo, dessa maneira, humilhado, certamente foi simbólico.

LaVine, que está aberto a uma troca, anotou míseros dois pontos. Acertou um de nove arremessos. Inaceitável para o jogador que é o “dono do time”. Esse é o motivo para que a franquia de Chicago precisa dar o próximo passo, é bom lembrar.

DeRozan, que está em conversas cada vez mais distantes para renovar o seu contrato, foi até bem. Marcou 19 pontos, fortalecendo uma tendência. Após a lesão de Lonzo Ball, foram raras as noites em que a dupla funcionou bem ao mesmo tempo.

Vucevic tentou, mas é o mais prejudicado do time do Chicago Bulls desde que a montagem desse elenco aconteceu na NBA. Marcou apenas oito pontos contra Boston, acertando quatro de 11 arremessos. Mais uma noite sem brilho para um jogador que já liderou equipes limitadas do Magic até os playoffs.

Coby White marcou 19 pontos, Patrick Williams fez 14, mas eles são inconsistentes demais, apesar do talento e do potencial. Seria culpa só deles?

Billy Donovan não deveria ficar

A coletiva do técnico Billy Donovan, antes do jogo contra o Celtics, é reveladora sobre o momento da franquia. Nem o próprio técnico, nesse meio tempo, parece acreditar que a equipe merece uma sorte melhor.

“Acredito que, na vida, o seu histórico diz muito sobre quem você é. Isso também funciona para os esportes, quase sempre. Eu queria vir aqui e dizer que tivemos azar e que poderíamos ter 50% de aproveitamento. Mas não é o caso. O 5-13 representa o que somos agora”, admitiu.

Existem boatos de que a relação entre ele e LaVine não é das melhores, apesar das sinalizações contrárias de ambos publicamente. Há uma clara insatisfação do time em como o ataque é construído. Isso ficou claro após a surra em casa para o Oklahoma City Thunder, logo no primeiro jogo da campanha, quando uma reunião foi feita entre os jogadores. Mas apesar da parcela dos jogadores, o treinador também tem muita culpa.

Esse ataque é estático desde que Ball sofreu a sua misteriosa lesão no joelho. A defesa joga duro, é verdade. Mas tem os seus buracos. Afinal falta um protetor de aro consistente. O time já não consegue diminuir o ritmo de jogos acelerados como fez em 2022/23, nos seus melhores dias.

E as últimas notícias são de que, além de “querido e respeitado”, Donovan pode ser uma das mentes pos trás da reestruturação de Chicago. Não é o que eu faria, honestamente, apesar de achá-lo capacitado para fazê-lo. Afinal, ele será insuficiente de novo quando o próximo passo chegar.

O que fazer?

Não dá para negar que quem posterga ou erra o timing de competir e reconstruir não costuma se dar bem na liga. Vejam o Washington Wizards e o Portland Trail Blazers, por exemplo, com suas insistências com Bradley Beal e Damian Lillard. O time do Chicago Bulls não está em um bom lugar, e as estrelas não estão valendo grande coisa na NBA.

A notícia mais recente sobre LaVine indica que o principal interessado é o Los Angeles Lakers. O Bulls, por outro lado, exigiria Austin Reaves. É claro que o ala-armador de Los Angeles tem potencial, mas você sabia que ele já tem 25 anos? Um pouco velho demais para encabeçar uma reconstrução que deve ser tão do zero, não?

E quem seria a peça jovem do Lakers que faria sentido em uma reformulação? Jarred Vanderbilt? Jalen Hood-Schiffino? Max Christie? Não parece um grande pacote, que é claro viria com escolhas que seriam o grande atrativo da troca. Com o envelhecimento do astro LeBron James, as futuras picks do Lakers podem ser altas.

Mas é justo dizer que, como Washington fez, parece que Chicago terá que aceitar muito menos do que LaVine pode valer de verdade. O começo de temporada não é tão bom, apesar de um jogo de 50 pontos contra Detroit. O salário é muito alto, quase US$180 milhões pelos próximos quatro anos. E ele é o grande ativo do time.

DeRozan e Vucevic?

Aqui, muitas complicações para o time do Chicago Bulls na NBA. Vucevic pode valer algo no mercado, especialmente para times que querem complementar seu elenco em busca de um título. Afinal, ele ainda é capaz de contribuir para qualquer ataque, caso seja bem utilizado. O problema é o contrato de US$20 milhões anuais. Não é a coisa mais trocável do mundo.

A questão com DeRozan é ainda pior. Seu encaixe é problemático na maior parte dos times da NBA. Exige muito a bola na mão, e apesar de ser um passador subestimado, não arremessa de três. Seu jogo fora da bola é pouco eficiente, além de não ser um grande defensor. Quem seria o desesperado para enviar algo em uma troca por um jogador que exija esse tipo de encaixe em seu último ano de contrato? Não consigo imaginar ninguém, no momento.

Coringa

Alex Caruso pode ser o grande trunfo do time no mercado. Não dá para duvidar que eles possam conseguir até mesmo uma escolha de primeira rodada pelo especialista defensivo. Quando as notícias sobre LaVine saíram, os boatos já começaram a pipocar sobre possíveis interessados no atleta que foi eleito para o time ideal de defesa em 2022/23.

Vários dos favoritos ao título estariam interessados. E, em meio a uma possível corrida armamentista entre times poderosos, Caruso pode render frutos que ajudem o time a obter ainda mais ativos para começar a sua reestruturação.

Outra alternativa é trocar algum dos jovens que ainda não atingiram o seu maior potencial por mais ativos no recrutamento.

O Detroit Pistons não é um grande exemplo de sucesso na liga, mas quando começou a sua reconstrução, conseguiram três escolhas no top 20 do Draft de 2020, cedendo Bruce Brown e Luke Kennard, jovens na época. Dá para conseguir algo parecido, em meio ao rebuild do time do Chicago Bulls na NBA.

Mentalidade precisa ser alterada

O último tópico deste texto vai para a direção da franquia. Afinal, desde que Jordan saiu (1998) são 25 campanhas, com 12 classificações aos playoffs e apenas cinco séries vencidas. Jerry Reinsdorf é o proprietário desde 1985. Ele é acusado de ter sabotado até mesmo os tempos áureos da franquia, imagine no fracasso recente.

Uma venda seria uma das melhores notícias possíveis. Mas, a franquia não deve passar pelo cenário em um futuro próximo. Assim, devemos analisar as coisas com realismo.

Arturas Karnisovas, assim como Billy Donovan, também deve ser mantido pela franquia. O dirigente recebeu a luz verde para comandar a reestruturação do time do Chicago Bulls na NBA. Ele terá que trabalhar com um nível de criatividade muito grande para melhorar a posição da equipe e começar mais uma reestruturação.

Os resultados disso devem ser decisivos para a sua permanência no futuro. Porém, muitos lembram que ele é o grande idealizador e defensor deste núcleo de lideranças que fracassou. São tempos complicados. Pelo menos no futuro próximo, as melhores lembranças do Chicago Bulls devem permanecer onde estavam nos últimos 25 anos: em um passado bem distante.

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Rohit Palit

Periodista deportivo y graduado en Ciencias de la Comunicación de Madrid. Cinco años de experiencia cubriendo fútbol tanto a nivel internacional como local. Más de tres años escribiendo sobre la NFL. Escritor en marcahora.xyz desde 2023.

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