Fútbol

A arte de Guitane e seus amigos volta a derrotar o FC Porto e elimina os dragões da Taça da Liga – Tribuna Expresso


O FC Porto começou 2023 orgulhando-se de um registo singular: ao ganhar a Taça da Liga, em janeiro, os dragões tornaram-se, naquela altura, detentores de todos os troféus nacionais. A equipa de Sérgio Conceição, então campeã em título, era, também, a última a erguer a Taça de Portugal, a Supertaça e a Taça da Liga.

Chegados ao final de 2023, o cenário muito mudou. O Benfica é o campeão nacional, tendo também derrotado os azuis e brancos na Supertaça. E bastou um encontro da Taça da Liga para se saber que o FC Porto não revalidará a conquista com que arrancou 2023.

Na Amoreira, o talento do Estoril voltou a derrubar o rival, em teoria, mais poderoso. Depois de ganhar no Dragão, a 3 de novembro, o conjunto de Vasco Seabra repetiu a dose, com um 3-1 em casa que garante aos canarinhos a presença na final four do torneio. O Estoril soma seis pontos no grupo D, enquanto Leixões e FC Porto, que ainda se defrontarão, não levam qualquer ponto, pelo que já não podem superar os homens do concelho de Cascais.

O perigo para o conjunto de Conceição era evidente, pairava no ar frio do fim de tarde. Chegados com 1-1 aos 90′, a ameaça era real, um deslize seria fatal. E, quanto há a qualidade de Guitane do outro lado, meia oportunidade basta.

Aos 91′, o francês, que chegou a vestir o número 10 da seleção sub-19 do seu país, recebeu aberto na direita, na zona da qual parte para arrancar com a bola colada ao pé, em viagens de amor, carinho e feitiços. Passou entre João Mendes e Eustáqui, encarou David Carmo, rematou para o 2-1 que eliminava o FC Porto. Ainda haveria tempo para João Carlos, de penálti, selar o resultado final e deixar Conceição à beira de um ataque de nervos.

MIGUEL A. LOPES/Lusa

Na Taça da Liga, a competição dos mil e um formatos, o camaleão do futebol nacional, sempre em mudanças de pele, esta época trouxe-nos grupos de três equipas, com o Estoril a estrear-se na competição em setembro, ao passo que o FC Porto fez, na mesma fase do torneio, o seu primeiro encontro a 6 de dezembro. Neste troféu que precisa sempre de um explicador à mão para ser entendido, achou-se por bem haver uma partida numa tarde de dia de semana às 18h00.

Talvez em sintonia com esta confusão de calendário, as equipas entraram sem grande norte, não muito ligadas ao jogo, imprecisas e frias. Tanto os locais, com oito alterações no onze, como os visitantes, com cinco mexidas e a novidade de apresentar Zé Pedro a lateral-direito, pouco ameaçaram a baliza adversária na madrugada do desafio.

O primeiro momento de destaque do embate deu-nos um duelo que seria repetido várias vezes ao longo do fim de tarde. Francisco Conceição e Rodrigo Gomes protagonizaram um embate sub-21 que junta agressividade e talento, técnica e velocidade, resistência e compromisso para atacar e defender e magia para driblar. O canhoto do FC Porto foi o primeiro a marcar, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo prévio de Galeno, ao passo que o destro do Estoril, cedido pelo SC Braga, foi um dos que mais levou o conjunto de Vasco Seabra para a frente.

Abanada pelo talento de Francisco, a partida ganhou vida. Aos 22’, num ataque rápido do Estoril, João Marques fez um passe fantástico, uma assistência de trivela em que, a dado momento, parecia que a bola tinha duas velocidades: uma veloz, fugindo dos defesas do FC Porto, e outra lenta, quase travando, para ficar disponível para Cassiano. O ponta-de-lança finalizou para o 1-0 que, naquele momento, eliminava os detentores da Taça da Liga da competição. Algumas dezenas de minutos depois, a queda deixaria de ser momentânea, tornando-se definitiva

Os dragões responderam rapidamente, revelando semelhante eficácia. David Carmo viu a desmarcação de Taremi, cujo movimento atraiu Volnei, que caiu na tentação de ir atrás do iraniano, deixando-o em jogo. Medhi assistiu Pepê, que concluiu, de forma individual, para o 1-1.

Rodrigo Gomes e Francisco Conceição, protagonistas do duelo

Rodrigo Gomes e Francisco Conceição, protagonistas do duelo

MIGUEL A. LOPES/Luso

Ao intervalo, a experiência Zé Pedro a lateral terminou, com Evanilson a entrar pelo defesa e Pepê a passar para lateral-direito. Do lado do Estoril, o mago Guitane também foi lançado e, logo no recomeço, Heriberto, servido pelo incansável Rodrigo Gomes, acertou com estrondo no poste de Cláudio Ramos. Na resposta, Taremi, em desmarcação pela direita, tentou enganar Dani Figueira, rematando à baliza quanto todos esperavam um passe para Evanilson. A astuta tentativa saiu ao poste.

Tal como a etapa inicial, a complementar também não foi abundante em ocasiões de golo. O Estoril mostrava a sua qualidade, sustentada pela magia de Guitane, a energia de Rodrigo Gomes ou a imponência de Mateus Fernandes. No meio-campo, o jovem cedido pelo Sporting parece ter crescido quatro anos em quatro meses de temporada. Joga de cabeça levantada, usa o corpo, foge da pressão, dita o ritmo.

Com o jogo por um fio, caminhando sobre gelo fino, Evanilson, perto do final, cabeceou ao poste. De um eventual golo do triunfo do FC Porto passámos para os golos da vitória do Estoril.

Além das proezas de Guitane, que levita pelo relvado enquanto supera adversários, há, novamente, a lei de Murphy feita central que, por estes dias, é David Carmo. Símbolo de instabilidade, o defesa parece pronto a criar um problema à sua equipa a cada ação. Por culpa própria, azar ou uma conspiração cósmica contra si, tem o talento de aparecer sempre na fotografia do erro. Está no 2-1, de Guitane, cometeu o penálti sobre Koindredi que deu no 3-1.

É surpresa para ninguém constatar que o Estoril tem talento de sobra para ser uma das equipas mais entusiasmantes do panorama português. É sim, motivo de notícia que quem arrancou 2023 como dominador do futebol nacional se vá despedindo do ano depois de meses tão conturbados. Com partidas tão importantes na Champions e na I Liga aí à espreita, é novo momento para preocupação azul e branca.



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Marc Valldeperez

Soy el administrador de marcahora.xyz y también un redactor deportivo. Apasionado por el deporte y su historia. Fanático de todas las disciplinas, especialmente el fútbol, el boxeo y las MMA. Encargado de escribir previas de muchos deportes, como boxeo, fútbol, NBA, deportes de motor y otros.

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