Fútbol

Federação Portuguesa de Futebol e Liga Portugal: uma paz podre? – Tribuna Expresso


Não pode haver grandes dúvidas para ninguém que, de um modo geral, o trabalho feito nos últimos anos pela Federação Portuguesa de Futebol e pela Liga Portugal é meritório.

O exercício é fácil de fazer: basta pensarmos como estava o futebol português antes das atuais direções serem eleitas e como está agora. Do número de praticantes federados aos resultados das seleções nos diferentes escalões/variantes, do crescimento exponencial da própria Liga à sua inquestionável recuperação financeira, as diferenças são, entre tantas outras, colossais. Só não vê quem não quer.

Mas isso não significa que é tudo um mar de rosas. Não é. Há sempre margem para melhorar e crescer em áreas essenciais, algumas publicamente identificadas por muita gente. Mas, repito, é justo sublinhar que foi feita obra por força da visão, seriedade e competência de quem lá está.

Isso é indiscutível.

E é precisamente essa constatação que torna mais difícil de perceber algo muito evidente aos meus olhos e, garanto, aos olhos de quase todos os que acompanham o fenómeno de perto: porque é que a relação institucional entre as duas instituições não é boa? Porque é que parece reinar ali uma espécie de paz podre?

É demasiado notório. Não é preciso ser mago para adivinhar, está à frente dos olhos de quem quer ver. Está nas entrelinhas, nos comunicados, nas ações e omissões, nas entrevistas, nos recados e em tantas outros pequenos pormenores que nem sempre chegam ao conhecimento público.

Em que é que esse distanciamento beneficia o presente e futuro do futebol português?

Haverá quem esteja mais habilitado do que eu para responder a estas dúvidas e até para tentar explicar o que motiva essa harmonia superficial. O que me parece é que, a este nível, não faz sentido.

O futebol não é bicéfalo nem divisível. É um, apenas um. Tem que merecer unidade, partilha de objetivos e linhas orientadoras comuns – genuinamente comuns – na definição daquilo que deve ser o melhor para a indústria no seu todo.

As pessoas não são obrigadas a gostar umas das outras. Obviamente. Há pessoas de quem gosto e outras que nem por isso. Faz parte. Mas numa equação tão importante, o que amam ou detestam é irrelevante. O que importa são as instituições que servem, porque são essas que ficam.

Espero que 2024, que terá um ocaso politicamente agitado, deixe para segundo plano essas minudências e se foque na evolução e valorização do espetáculo mais apreciado pelos portugueses.

As pequenas alfinetadas, os puxões de tapete, os fait divers podem até fazer parte do jogo, mas quando se tornam tão óbvios, fogem do objetivo inicial, transformando-se no seu oposto: em meras demonstrações de fragilidade.

O que espero e desejo é que o futebol nunca fique a perder, porque só o futebol importa.

Bom Ano a todos.



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Marc Valldeperez

Soy el administrador de marcahora.xyz y también un redactor deportivo. Apasionado por el deporte y su historia. Fanático de todas las disciplinas, especialmente el fútbol, el boxeo y las MMA. Encargado de escribir previas de muchos deportes, como boxeo, fútbol, NBA, deportes de motor y otros.

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