ANTEVISÃO: Vizela-Arouca: Taça de Portugal com sotaque… espanhol | Abola.pt – A Bola
Rubén de la Barrera, Pedro Ortiz, Alberto Soro e Iker Unzueta são os dignos representantes do país vizinho no plantel vizelense; Javi Montero, Uri Busquets, Jason Remeseiro, Miguel Puche, Cristo González e Rafa Mújica falam a mesma língua… no balneário arouquense; ‘mata-mata’ na prova rainha
É com um intenso sotaque espanhol que Vizela e Arouca disputam os oitavos de final… da Taça de Portugal. Afinal, as duas equipas contendoras no embate desta noite têm, em conjunto, dez representantes do futebol do país vizinho!
Do lado minhoto, o facto surge consumado logo a partir do banco de suplentes: Rubén de la Barrera. O técnico, de 38 anos, que chegou recentemente ao clube – e que substitui no cargo Pablo Villar, também ele… espanhol -, tem a seu cargo a difícil missão de tirar o Vizela dos últimos lugares da tabela classificativa da Liga, mas também não descurará, por certo, fazer uma gracinha na prova rainha.
Desde que chegou aos vizelenses, Rubén de la Barrera ainda não ganhou… mas também não perdeu: dois jogos, dois empates (0-0 com o Moreirense e 1-1 com o Estrela da Amadora).
No grupo de trabalho que agora orienta, o galego conta com três compatriotas: Pedro Ortiz, Alberto Soro e Iker Unzueta. Elementos que, por certo, terão ajudado o técnico a integrar-se de forma mais rápida no novo contexto.
VIZELA
A época não está a correr de feição aos minhotos e esse foi um dos motivos para a troca de treinador. É a lei dos resultados, diz-se no futebol. O Vizela está, atualmente, na 17.ª e penúltima posição do Campeonato, com apenas 13 pontos somados em 16 jogos, mas ainda há muito para jogar e no Minho acredita-se que o cenário irá ser invertido nos próximos meses. Sendo que o objetivo principal, claro está, é a permanência na Liga.
E se é um facto que a equipa já não ganha há um mês e meio, também não é menos verdade que não sofreu qualquer derrota nos últimos três jogos. Que redundaram em outros tantos empates.
Mas o cenário esta noite é outro. É de Taça de Portugal. Uma prova mítica, que tem as suas especificidades e que oferece o emblemático Estádio Nacional, no Jamor, como palco maior aos dois finalistas da competição.
E foi precisamente na Taça de Portugal que o Vizela sorriu pela última vez na presente temporada. No passado dia 24 de novembro, diante do Estrela da Amadora, os minhotos conseguiram a sua última vitória. Mesmo que para isso tenham necessitado do prolongamento (2-1, após os 120 minutos). Esse desiderato foi o bastante para que os vizelenses carimbassem o passaporte para estes oitavos de final. E o sonho é continuar em prova…
Equipa do Minho esteve a perder até aos 80 minutos, mas conseguiu empatar antes dos 90 e segue para a próxima fase
Onze provável (4x2x3x1): Buntic; Tomás Silva, Bruno Wilson, Anderson Jesus e Lebedenko; Rafael Bustamante e Diogo Nascimento; Matías Lacava, Samu e Matheus Pereira; Samuel Essende
Lesionados: Nuno Moreira, Dylan e Jardel
Castigados: –
Figura: Samuel Essende
O ponta de lança franco-congolês, de 25 anos, tem sido um dos grandes destaques do Vizela em 2023/2024. Mesmo numa temporada que não tem corrido particularmente bem ao clube, Essende já leva oito golos em 19 jogos (mais uma assistência), números que tendem a aumentar e que deverão fazer desta época a melhor da carreira do avançado – em 2020/2021, marcou novo golos em 28 jogos pelo Avranches, emblema das divisões secundárias do futebol gaulês. Além da veia goleadora, Essende é também forte no ataque à profundidade e nos duelos aéreos, não se coibindo também de jogar de costas para a baliza no sentido de dar apoios frontais aos seus companheiros de equipa.
A antevisão de Rafael Bustamante:
AROUCA
Se o contingente espanhol no Vizela é de quatro elementos, no Arouca é… ainda maior: seis.
No caso concreto dos arouquenses, são todos jogadores. Falamos de Javi Montero, Uri Busquets, Jason Remeseiro, Miguel Puche, Cristo González e Rafa Mújica.
Todos eles têm tentado deixar a sua marca no futebol nacional, com especial destaque para Rafa Mújica, ponta de lança que tem encantado os adeptos do emblema da Serra da Freita.
E o momento da formação (agora) orientada por Daniel Sousa – contratado para assumir o lugar deixado em aberto após a saída de Daniel Ramos – é o melhor da temporada. Porque se excetuarmos a derrota com o Benfica (0-3), no passado fim de semana, o Arouca estava numa série extremamente positiva: quatro vitórias e um empate.
Uma série que, refira-se, começou após a entrada de Daniel Sousa para o comando técnico e que teve o seu início num jogo… da Taça de Portugal. A 26 de novembro, como o treinador sentado no banco arouquense pela primeira vez, os lobos da Serra da Freita venceram o Boavista (4-3, no desempate por penáltis, após o 2-2 no final dos 120 minutos) e davam início a uma fase que contemplou também triunfos para a Liga sobre Boavista (4-0), Gil Vicente (3-0) e Estrela da Amadora (4-1), sendo que pelo meio há também a registar um empate diante do Rio Ave (2-2).
Depois do 1-1 registado no final do tempo regulamentar – golos de Cristo González e Bozenik, também o prolongamento chegou ao fim empatado (2-2) – tentos apontados por Pedro Santos e Bruno Lourenço; foi, por isso, necessário recorrer aos penáltis para encontrar o vencedor desta partida, sendo que, nesse particular, os arouquenses foram superiores e garantiram o apuramento para os oitavos de final da prova rainha
É, pois, assente numa espiral extremamente positiva – a derrota sofrida recentemente com o Benfica, atual campeão nacional em título, não deverá ter qualquer tipo de influência – que o Arouca se apresenta em Vizela para lutar pelo apuramento para os quartos de final da Taça de Portugal.
Equipa provável (4x4x2): Thiago Rodrigues; Bogdan Milovanov, Javi Montero, Galovic e Tiago Esgaio; Jason Remeseiro, David Simão, Eboué Kouassi e Morlaye Sylla; Cristo González e Rafa Mújica
Lesionados: Mateus Quaresma, Rafael Fernandes, Pedro Moreira, Uri Busquets e Vitinho
Castigados: –
Figura: Rafa Mújica
O ponta de lança espanhol caminha a passos largos para a melhor época da sua carreira. Leva, até ao momento, 11 golos (e duas assistências) em 22 jogos, estando a apenas três tentos de igualar a marca que conseguiu na época passada, também ao serviço dos arouquenses. Aos 25 anos, está em ‘ponto de rebuçado’ e é com naturalidade que está na lista de potenciais reforços de clubes de maior nomeada, tanto em Portugal como no estrangeiro. Qualidade para dar o salto não lhe falta. Porque Mújica não é apenas sinónimo de golos. É também um jogador do coletivo, que sabe jogar entre linhas quando é necessário, porque tem qualidade técnica e tática para isso, mas que também sabe explorar as costas da defensiva contrária e, quando bem servido, causar os indispensáveis desequilíbrios nas defensivas adversárias.
A antevisão de Daniel Sousa:
