Tudo empatado e tudo igual nas contas da manutenção. À semelhança de Casa Pia e Gil Vicente, Famalicão e Boavista empataram (1-1) e deixaram escapar a oportunidade de ganhar pontos em rivais diretos na luta pela manutenção. Danho entrou-se a titular com um golo, com elevada nota artística, diga-se, e levou os da casa a vencer para o intervalo. Salvador Agra respondeu com uma bola jogada individual e deixou tudo empatado, resultado que se manteve até ao final.
A ausência de Cádiz, Zaydou e Puma (referências da equipa), fez João Pedro Sousa alterar para um esquema a três, perante uma equipa do Boavista que também replica o mesmo esquema defensivo, embora ofensivamente haja pontos bastante divergentes.
Quem não tem Cádiz, caça com Danho
O início de época foi animador para Famalicão e Boavista, mas já vão longe os tempos em que as equipas eram apontadas como possíveis candidatos aos lugares europeus. Depois do bom futebol se ter desvanecido, agora a luta é outra. Os pontos estão caros e ambos estão necessitados de pontos para fugir à luta da despromoção, embora estejam mais confortáveis do que algumas equipas. Na fome insaciável por pontos, com dez jornadas para disputar, foram as panteras que mostraram mais vontade de mostrar as garras desde cedo. Salvador Agra obrigou Júnior a ir ao tapete buscar o seu remate, que ia muito perto do poste.
Danho estreou-se a marcar @Catarina Morais / Kapta +
O ritmo boavisteiro abrandou e, depois de quase dez minutos mais disputados no meio campo defensivo dos da casa, o Famalicão assumiu as despesas do jogo. Gustavo Sá, com a batuta, foi lançando os alas e avançados na profundidade sempre que possível e, dos corredores surgiam as melhores oportunidades dos famalicenses. Na sequência de um desses ataques, canto e golo. Justin respondeu de cabeça à bola parada, Bruno Onyemaechi tirou em cima da linha, mas na ressaca, Danho atirou a contar com um pontapé artístico, que ainda acertou no poste. Inaugurado o marcador, na primeira chance clara da partida. Perante a ausência de Cádiz por castigo, o marfinense fez o estreou-se a titular com um golo.
Apesar do golo, o ímpeto do jogo não mudou. O Famalicão continuou superior, perante um Boavista um pouco impotente e pouco inspirado. Mihaj voltou a ameaçar de canto, e Sasso quase fez autogolo, minutos depois. Valeu João Gonçalves, a voar para uma enorme defesa e a impedir o segundo golo caseiro. Até ao final do primeiro tempo, apenas uma perdida de Bozeník a registrar, depois de um erro infantil de Gustavo Assunção. Vantagem justa do Famalicão no meridiano da partida
Agra abrilhantou, mas o empate persistiu
O Boavista entrou no segundo tempo a replicar o primeiro. Entrada mais forte, mais ofensivos e com chances de empatar a partida. Bozeník ameaçou, com um cabeceamento ao lado, já dentro da área, dando o mote para uma reação cabal. Pouco tempo depois, Bruno Lourenço conseguiu mesmo empatar a partida, mas 19 centímetros do eslovaco à frente do último defesa adiaram um golo importante para o plano estratégico boavisteiro. Tal como já havia acontecido na primeira metade, houve resposta do Famalicão, que também fez golo, mas também com uma irregularidade pelo meio. Danho voltou a marcar com arte (de calcanhar), mas o engenho utilizado para dominar a bola foi o braço.
A chuva começou a cair copiosamente e muitos adeptos presentes na bancada descoberta puseram os pés ao caminho para se abrigar, com a sua equipa a vencer. Porém, cerca de cinco minutos depois, quando voltaram, o jogo já estava empatado. Bruno Lourenço lançou um contra-golpe, Salvador Agra deixou dois adversários para trás e rematou forte e colocado, para o fundo das redes. Grande recorte técnico do experiente extremo vilacondense.
Henrique Araújo, que já não era utilizado há três jornadas, saiu do banco, mas rapidamente saiu. Cinco minutos depois de entrar, o internacional sub-21luso lesionou-se e deixou a sua equipa a jogar o tempo de descontos com menos um homem, pois já não haviam paragens disponíveis. Mesmo com menos um, Francisco Moura esteve a centímetros da vitória. O lateral atirou um míssil ao poste da baliza de João Gonçalves, na melhor oportunidade famalicense no segundo tempo.
