Fútbol

André Villas-Boas: "2028 já não é para mim. O FC Porto já não será o mesmo" – Renascença


Em que pé está a relação do André com os presidentes dos restantes clubes, como António Salvador, Frederico Varandas e Rui Costa.

Neste momento, nenhuma. Cruzamo-nos, reconhecemo-nos, enquanto pessoas ligadas ao desporto, mas não tenho relação com nenhum deles, nem pessoal, nem profissional. Profissional eventualmente um dia, enquanto presidente da direção [do FC Porto]

Mas não veria um entrave no entendimento e em sentarem-se para conversar?
Penso que não.

Superliga Europeia: qual é a sua posição, acompanha a posição que tem sido do clube e de Pinto da Costa?
Ora bem, é um tema quente. Nós vamos entrar na nova Liga dos Campeões, no novo formato das competições europeias, vamos antes dizer assim. A decisão do Tribunal Europeu poderá mudar o ecossistema das competições europeias no futuro, isso parece-me evidente. Europeias e mundiais, pelo que temos visto na Arábia Saudita, a trazer uma série de competições ou organizar competições através do fundo saudita, seja o ténis, boxe, o snooker e o golfe.

É tudo um ambiente sensível relativamente às novas competições e à ameaça das novas competições. A Associação Europeia de Clubes tem respondido à altura à ameaça da Superliga. Agora, é uma realidade premente. Tanto quanto sei, dos 12 clubes fundadores, 11 ainda lá estão como fundadores. Acho que ainda anteontem, em Madrid, se veio a confirmar que ainda resistem 11 clubes fundadores da Superliga Europeia. Ou seja, todas aquelas manifestações contra os clubes fundadores e eles dizerem que estavam fora da Superliga aparentemente não é verdade, se bem que a bandeira seja Real Madrid, Barcelona e Juventus.

É uma ameaça que está presente. As propriedades, no fundo, são a grande ameaça aos clubes de associados. Ou seja, a possibilidade de as propriedades se fecharem rapidamente em si e criarem uma liga paralela… em primeiro lugar, será permitido; em segundo lugar, se pensarmos no conceito franchise americano, a chegada dos americanos ao futebol europeu é cada vez mais evidente. São cada vez mais os novos donos dos clubes europeus e têm um entendimento totalmente diferente do nosso, europeus, ligados a cultura, valores, história e passado. E têm essa visão totalmente diferente do que é construir competições paralelas face às históricas.

Se um conjunto de proprietários americanos, individuais ou de fundos, decidem criar competições paralelas, podem ser construídas outras Superligas. Juridicamente, a UEFA, as ligas e federações não poderão castigar as pessoas, os jogadores e os clubes que estarão associados a essas competições. Tudo isto é muito sensível agora. Acho que, nesta fase, há quase um testar de águas futuras relativamente às novas competições europeias. Vamos ver como caminham, como se reorganizam. Todos nós, portugueses e europeus, estamos intimamente ligados à Liga dos Campeões, à Taça dos Campeões Europeias, à Taça das Taças, à Taça UEFA, que têm um sentido histórico e de valores incalculáveis. É aí que queremos estar, o ser campeão do nosso país, o conceito de mérito, de entrada em competições europeias.

O que me parece que está neste momento a causar bastante frisson? É o facto de Portugal ter perdido o seu coeficiente no ranking da UEFA, fruto do coeficiente de pontos atribuídos à Liga Conferência há dois ou três anos. Portugal apanhou-se a dormir, no fundo, as equipas holandesas e belgas foram crescendo em termos de coeficiente de país por causa da Liga Conferência. Portugal acabou ultrapassado e poderemos ter uma Liga dos Campeões sem a presença dos três grandes. E, agora de repente, há um novo acordar e um novo alerta. Felizmente, isso foi tudo reenquadrado relativamente ao coeficiente, mas se há algo que ameaça a qualidade de uma futura Liga dos Campeões é precisamente esse coeficiente desses países. Esperemos que não venha a acontecer, mas não é possível que um clube como o FC Porto não esteja na nova Liga dos Campeões. Está no Mundial de Clubes. Por demérito, potencialmente pode não estar na Liga dos Campeões no próximo ano, mas estará um clube como o Brest, Girona e são estas coisas que começam a custar aos clubes, relativamente ao novo formato desse coeficiente dos países.

Futebol feminino e futsal, já disse que são objetivos. Tem algum prazo para que isso aconteça?
Temos dois caminhos para a implementação dos mesmos. Um, o que nos atrai mais, é a construção progressiva. Faltam os escalões de sub-17, sub-19 e a equipa sénior. As sub-17 imediatamente, para haver continuação das sub-15, essa implementação parece-me necessária imediatamente e reforço da mesma. Se este for o caminho escolhido, potencialmente poderemos não criar o escalão de sub-19 e criar o escalão sénior imediatamente e entrar com ele na 3.ª Divisão Nacional. No próximo ano será o último desse escalão, no ano seguinte haverá a 4.ª Divisão feminina.

Este é o caminho da construção progressiva, à medida que também teríamos a construção progressiva da nossa academia e criaríamos mais infraestruturas para recebermos o maior número de escalões. Há também a alternativa de parcerias, um pouco à imagem do que foi feito no voleibol, com compras de licenças. É preciso equacionar custos da mesma, saber se é possível. Não tem o mesmo valor simbólico e histórico, no entanto é outro dos caminhos.


No futsal é um pouco diferente. A Federação Portuguesa de Futebol, no escalão sub-11 e sub-13, permite que os miúdos joguem ao mesmo tempo as duas modalidades. Isso já não acontece nos sub-15. A nossa ideia é nos sub-11 e sub-13 fazerem essas modalidades, ou seja, um crescimento dos plantéis que possa permitir depois também jogar no futsal ao mesmo tempo, daí a tal construção progressiva. Há o caminho da compra de licença, há muitos clubes interessados em ser parceria com o FC Porto e voltamos ao mesmo: que custo, implicações, que sentimento para os adeptos do FC Porto.

O que fizemos foi chamar uns conjuntos de adeptos e deram-nos a entender que o futebol devia ser sim ou sim, o que nos parece lógico e obrigatório. O futsal também, enquanto modalidade apaixonante. Tivemos muitos indicadores para a implementação do voleibol masculino, atletismo e o regresso do ciclismo. Não podemos chegar a todas. No FC Porto, na situação em que se encontra, as modalidades representam um custo, normalmente financiado pelas sociedades desportivas. O atletismo não é difícil de montar.

E o ciclismo?
Dificilmente.

É um ativo tóxico nesta altura?
Sim. E não é um campo onde acho que o FC Porto deve entrar. Daí que através da fundação eu tenha levantado esse desafio: o regresso do espírito do desporto amador. Em cada sócio, um atleta do FC Porto. Através da fundação, o FC Porto comparticiparia participações ou despesas em determinadas viagens e inscrições, seja elas quais forem as modalidades – triatlo, hipismo, remo. Isto seria uma forma de alargar as modalidades do FC Porto, evidentemente dentro do espírito amador, mas envolvendo de uma forma significativa os sócios emocionalmente.

A construção da academia do FC Porto é um dos temas que divide as listas. Tem acordo para a compra de um terreno em Vila Nova de Gaia, mas Pinto da Costa diz que o complexo será na Maia, e que não há abertura para discussões. Admite estar de mãos presas neste dossier?
Admito, sim, e admiti desde sempre. Potencialmente poderemos estar de frente com contratos que desconhecemos nesta fase se irão permitir rescisões ou não. Temos de avaliar os dois cenários. Há dois anos, quando comecei a pensar no que seria o futuro do FC Porto, e enquanto não se discutia a Maia, o nosso propósito foi saber onde. Enquanto se especulava que o FC Porto podia ir para a Maia, após a saída de Matosinhos e dos problemas de 2016 que isso trouxe, e a rescisão contratual dos contrato de Matosinhos, para nós fazia sentido o sentido de unidade, ou seja, a formação não pode estar distante da equipa profissional. Atualmente, as academias são cidades desportivas, onde estão a equipa profissional e a formação.

Dentro desse conceito, o que é que há ao lado do Olival? Não havia nada. Em apenas duas chamadas chegámos a dois terrenos. Fizemos a proposta por um e assinámos o contrato-promessa de compra e venda por um que permite a instalação de cinco relvados. O que pensámos? Inicialmente, pensámos que nesta academia estaria a academia de formação do FC Porto. No entanto, acontece que a equipa principal também necessita de uma modernização das suas estruturas. Já passaram 20 anos do atual Centro de Treinos e Formação Desportiva Olival, a equipa do FC Porto precisa de estruturas mais modernas.

Invertemos o processo e invertemos por uma razão muito simples: quando a equipa principal está a treinar, a taxa de ocupação dos outros espaços é quase nula. A equipa principal tem três relvados, ocupa um, há dois por ocupar e há um sintético por cima, como vocês bem conhecem, também desocupado e potencialmente poderá estar a equipa B a treinar no mini-estádio.



Source link

Marc Valldeperez

Soy el administrador de marcahora.xyz y también un redactor deportivo. Apasionado por el deporte y su historia. Fanático de todas las disciplinas, especialmente el fútbol, el boxeo y las MMA. Encargado de escribir previas de muchos deportes, como boxeo, fútbol, NBA, deportes de motor y otros.

Related Articles

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Back to top button