Benfica Nun'Álvares Jogo 3 Final Play-off Liga – Sport Lisboa e Benfica

RESUMO DO JOGO

A rematar uma temporada em que já havia vencido Supertaça, Taça de Portugal e Futsal Women’s European Champions, o Benfica sagrou-se, neste domingo, 2 de junho, heptacampeão nacional, após vencer o Nun’Álvares, por 4-2, no jogo 3 da final do play-off da Liga Feminina Placard. 

Com as bancadas do Pavilhão n.º 2 da Luz repletas de Benfiquistas, o apoio às águias foi incessante e começou ainda antes do apito inicial, nomeadamente nos momentos de apresentação das atletas e na entrada das equipas na quadra, ao som do “Ser Benfiquista”, entoado fervorosamente.

Numa etapa inaugural com escassas ocasiões de golo, as primeiras oportunidades pertenceram às comandadas de Alex Pinto, através de um disparo distante de Inês Fernandes e um desvio de Angélica Alves na área, ambos defendidos por Odete Rocha.

Empurrado pelos adeptos, o Benfica materializou a sua superioridade aos 11′. Após um paciente desenho coletivo, Inês Matos adiantou para Janice, a pivô libertou-se da sua marcação e devolveu à colega, que disparou cruzado para a primeira explosão de alegria da tarde (1-0).

As visitantes estiveram próximas de empatar volvidos escassos segundos, mas, com uma excelente saída dos postes, Ana Catarina desarmou Taninha na área. Cerca de cinco minutos depois, o Nun’Álvares voltou a ameaçar, tendo Maria Pereira evitado um golo de Cátia Morgado, com um bloqueio à boca da baliza. Constantemente audíveis, os Benfiquistas retribuíram com aplausos cada ação ofensiva e defensiva bem-sucedida.

Assim sendo, o 1-0 manteve-se até ao intervalo. No decorrer do mesmo, a equipa feminina Sub-19 de futsal do Clube foi homenageada pela conquista do Campeonato Nacional do escalão, pelo terceiro ano consecutivo.

A segunda metade arrancou com um golo das forasteiras, por intermédio de Pisko, que atirou a contar na área (1-1), mas nem assim os Benfiquistas perderam fulgor. Antes pelo contrário, os decibéis subiram e Janice quase recolocou as encarnadas na dianteira meio-minuto depois, mas Odete Rocha voltou a brilhar entre os postes.

Todavia, o tento das águias viria mesmo a surgir à passagem dos 27′. Sara Ferreira recuperou a bola no meio-campo, subiu pelo terreno, tabelou com Angélica Alves, e encostou ao segundo poste (2-1). Nas bancadas, ninguém estava sentado e os cachecóis agitados formavam uma bela imagem.

No 29.º minuto, com uma atenta antecipação, Odete Rocha evitou que Janice ampliasse o desnível numa fantástica iniciativa individual. Porém, a pivô isolou-se ainda mais no topo da lista de melhores marcadoras da competição aos 32′.

Após desarmar uma adversária e aproveitando a subida de Odete Rocha no terreno, Janice abanou as redes da baliza deserta a partir do meio-campo (3-1). Em novo momento de ebulição, os Benfiquistas clamaram o nome de Janice, à semelhança do que haviam feito com as anteriores marcadoras.

Volvidos dois minutos, Leninha quase alargou a vantagem, mas o seu disparo, à entrada da área, embateu na barra.

Com o tempo a escassear, o Nun’Álvares apostou na guarda-redes avançada e conseguiu reduzir o desnível aos 37′, com Pisko a bisar em cima da linha de golo (3-2).

Posteriormente, Maria Pereira e Ana Azevedo tiveram chances clamorosas para marcar. Também numa recuperação rápida, a benfiquista rematou a rasar o poste, e a visitante errou o alvo na área.

Contudo, Sara Ferreira sentenciou o Heptacampeonato Nacional com um livre direto potente e colocado, a pouco mais de um minuto do fim (4-2). A partir de então, o ambiente de festa instalou-se no Pavilhão n.º 2 da Luz, e assim continuou durante largos minutos, com uma bonita simbiose entre atletas e adeptos nas celebrações da conquista.

DECLARAÇÕES

Alex Pinto (treinador do Benfica): “Este era um título que ambicionávamos desde o 1.º dia. Era o objetivo número 1 e culminámos a época com este heptacampeonato. Parabéns às minhas jogadoras, ao staff, à Direção e aos adeptos, que nos acompanham para todo o lado e que nos fazem sentir sempre em casa. Obrigado a quem se empenha e compromete todos os dias e faz com que este sentimento seja especial. O título é para todos os Benfiquistas! Tenho um orgulho imenso de liderar esta equipa. Estávamos confiantes, mas acho que a equipa acusou a pressão e a importância deste jogo. Não estivemos tão bem na 1.ª parte, mas melhorámos na 2.ª. O adversário teve muito mérito, porque transformou este jogo numa verdadeira final. Não há vitórias fáceis e o Nun’Álvares foi um digno vencido. O Benfica terminou o play-off invicto e isso faz com que seja uma prestação espetacular. É um dia histórico para uma equipa histórica. Temos um núcleo de jogadoras que são heptacampeãs, hexacampeãs e pentacampeãs. Elas vão marcar a história do futsal feminino português para sempre, mas não ficamos satisfeitos com isso. Vamos festejar, descansar e, depois, pensar na próxima época, onde queremos estar ao nível desta. Vamos trabalhar para ganhar tudo, pois queremos continuar a fazer história.”

Inês Fernandes (capitã do Benfica): “Como são tantos campeonatos seguidos, parece que este é um caminho muito fácil, mas não é. Esta equipa não é a mesma que iniciou a epopeia de vitórias, tem tentado renovar-se e, do outro lado, os adversários são diferentes e têm apostado cada vez mais na modalidade. Embora estejamos muito felizes por ganhar o sétimo campeonato seguido, perdemos uma das competições internas [Taça da Liga] e isso serve como aviso. Se não continuarmos a investir, a renovar o plantel e a procurar qualidade e quantidade, um dia vamos ficar para trás. E se descansarmos e ficarmos para trás, vamos estar mais perto da derrota. Muito felizes com o título, mas sabendo que para o ano a batalha será ainda mais complicada. Vamos descansar para enfrentar o próximo ano como Benfiquistas. Era um jogo decisivo e havia a hipótese de ganharmos o campeonato na Luz, algo que não acontecia desde o 1.º título desses 7. Pensei em falar pelos adeptos primeiro porque queremos demonstrar o nosso carinho.”

Ana Catarina (guarda-redes do Benfica): “Faltou a Taça da Liga para ser uma época perfeita e é algo que temos atravessado. Agarrámo-nos a essa derrota para não voltar a repetir esse erro nas outras competições e, felizmente, assim foi e, hoje, celebramos o heptacampeonato. Podia falar da motivação de jogar no maior clube de Portugal, podia falar da motivação de jogarmos umas pelas outras porque elas fazem parte da minha família e podia falar da motivação querer sempre ganhar e de fazer história. Não nos contentamos com os sete títulos e queremos ir ao oitavo já para o ano. Há que dedicar, também, este título aos adeptos, que sentem o Clube como ninguém e abdicam da vida deles para apoiar as várias equipas, como se viu nesta casa incrível. Também temos de agradecer à estrutura do Benfica por nos dar todas as condições e fico feliz por ver o futsal contribuir para que o Benfica seja o expoente máximo ao nível do desporto feminino.”

Fifó (ala do Benfica): “É incrível, e representa o trabalho que esta equipa tem desenvolvido. Não é por acaso que somos heptacampeões. Fazemos um trabalho extraordinário, e o segredo é querer sempre mais. Título após título queremos sempre mais. E com o nosso público presente, ainda mais nos ajuda.”

Janice (pivô do Benfica): “O Nun’Álvares deu-nos muito trabalho. Fomos felizes graças a este público fantástico que nos apoiou do início ao fim. Damos tudo pelo Benfica, agradeço muito ao Benfica por tudo o que dá às modalidades femininas para mostrarmos o nosso valor no final. O que nos motiva é este público. O Benfica é tudo.”

Inês Matos (fixa do Benfica): “São muitas vitórias, esta equipa continua a escrever história, história que já vem de trás. Quero agradecer a todos e ao Benfica por nos dar todas as condições. Obrigada ao Benfica pela aposta e agradeço também aos adeptos. Há que continuar a escrever história. Sou orgulhosa por ser do Benfica. Além de atletas, todos os dias somos adeptas.”