Pedro Proença e a centralização dos direitos televisivos: «Este caminho não voltará para trás» – Record

Presente no 1.º Congresso do Sp. Braga que está a decorrer na Cidade Desportiva dos arsenalistas, Pedro Proença começou por elogiar a iniciativa.
“Pela sua visão, pela visão do seu presidente, da sua estrutura, que acompanha aquilo que tem sido o exemplo de uma instituição na vanguarda do conhecimento. Pelas suas instalações de excelência que vão apoiar durante estes dois dias a maior discussão do futebol português nas suas diversas vertentes, com oradores de referência para uma partilha de boas práticas que é essencial ao desenvolvimento da nossa indústria. Permita-me, caro amigo e presidente António Salvador, que o felicite pelo caminho que nos tem conduzido a um novo Sp. Braga, respeitando a sua história. E que lhe agradeça, enquanto presidente da Liga Portugal por fazer do Sp. Braga um exemplo prático, vivo e pujante daquilo que deve ser o novo futebol profissional.”

“Não poderia estar aqui sem deixar o meu testemunho de gratidão pela forma como, desde 2015, quando iniciei o meu primeiro mandato na presença da Liga Portugal, tenho mantido uma atitude positiva, de cooperação fértil com os sucessivos executivos na construção daquilo que me traz aqui hoje. A construção de um futebol mais único, de um futebol mais competente, do futebol que queremos. Este designo que reserva à Liga Portugal um papel preponderante na agregação de todos os ‘stakeholders’ para apresentá-los ao mercado, nosso melhor produto. Somos, e repito, somos a Liga com Talento. Uma Liga de Talento, também ao nível da capacidade de nos unirmos em prol do bem comum que é a nossa indústria. Foi assim que unidos superámos a pandemia, um teste duríssimo à nossa sobrevivência. Só unidos, podemos competir num mercado de entretenimento que está a crescer”, vincou ainda o presidente da Liga Portugal, destacando os números do última época:

“A época desportiva que terminou deixou-nos mais uma prova disso mesmo, do que podemos fazer com em conjunto, juntos, pelos adeptos. Com o empenho dos clubes, das sociedades desportivas e o contributo inestimável dos nossos parceiros, atingimos este nosso objetivo de forma brilhante. Os clubes foram responsáveis. Tivemos mais de 4 milhões de adeptos nas bancadas dos nossos campeonatos, um aumento de mais de 10 % relativamente à temporada anterior. Outra marca da época que agora terminou e desta capacidade mobilizadora do futebol profissional e que o Sp. Braga tem sido um emblema constante, é a memorável final da Taça da Liga, Allianz Cup, conquistada pelo Sp. Braga, uma jornada inesquecível para todos os adeptos que amam o futebol. Os números que nos enchem de orgulho e desafiam a irmos muito mais além, apenas confirmam aquilo que desde o início é a nossa convicção e que ano após ano temos feito em conjunto no esforço da recuperação de solidez económica essencial para as nossas sociedades desportivas. Juntos somos capazes de superar tudo. Com os nossos adeptos, as nossas sociedades desportivas, com todos os agentes desportivos que desde a base até ao topo da pirâmide alimentam o futebol com o talento que desenvolvemos no futebol profissional.”

Pedro Proença, claro, tocou também no tema atual: o da centralização dos direitos televisivos, objetivo que deve estar concluído até 2028.

“Esta é a abordagem hoje considerada consensual e torna-se especialmente relevante quando caminhamos para a centralização dos direitos audiovisuais, um ‘game changer’ que a partir de 2028 impulsionará de forma definitiva o crescimento das nossas sociedades desportivas. E este caminho não voltará para trás. E reforçará o peso do futebol profissional na nossa economia. Essa é já hoje uma evidência para a qual a Liga de Portugal continuará a sensibilizar os nossos governantes no sentido de combater as discriminações que ainda existem em relação ao futebol profissional. O futebol profissional tem de ser protegido. Os custos de contexto que enfrentamos têm de ser atenuados, sob pena de se comprometer a nossa capacidade no mercado em que, a nível internacional, competimos em situação de desigualdade. Passo a passo, com a nossa visão, com a visão dos nossos clubes, tem melhorado e seremos diferentes. Uma indústria capaz de ampliar visões como a de António Salvador e como de muitos outros presidentes. Estes dois dias abertos à vontade de saber mais sobre as boas partes da nossa indústria, é o que queremos. É o que queremos com o futebol profissional. Termino como comecei, dirigindo-o obviamente ao presidente e amigo António Salvador. Parabéns e obrigado por tanto que se pode cobrar que tem feito pelo futebol português e pelo futebol profissional.”