Allianz Cup, Liga Holandesa e o jogo com o Real Madrid: mais uma manhã no Congresso Desportivo do Sp. Braga – Record

Está a decorrer, durante esta quinta-feira, o segundo dia do Future Stage- SC Braga Sports Congress, a ter lugar na AMCO Arena, casa das modalidades do Sp. Braga. O evento regressou com vários painéis relacionados com os minhotos e as sessões vão prolongar-se até ao final da tarde, quando António Salvador voltar a assumir o palco para encerrar a cerimónia. 
O sucesso da Final Four da Allianz Cup 

A manhã abriu com um painel sobre o consumo do conteúdo futebolístico pelas novas gerações, discussão que culminou no exemplo da Final Four da Allianz Cup, justamente a competição que o Sp. Braga venceu na temporada 2023/24, como um evento que atraiu diversidade e, deste modo, terminou com sucesso desportivo e comercial. 

“É um exemplo de um produto trabalhado a partir do entretenimento. Durante muitos anos dizia-se que o sucesso dependia de qualquer um dos três grandes estar na final. Este ano, uma final entre Estoril e Sp. Braga, foi um espetáculo e um sucesso. Foi positivo para o nosso futebol”, começou por revelar Manuel Abegão, diretor de marketing da Liga Portugal, salientando que, nas bancadas de Leiria, até existia “adeptos que não eram de nenhum dos clubes” presentes na final: “Foram ao estádio porque tinham interesse. Assim conseguimos perceber que este é o caminho certo. Porém, não podemos criar este ecossistema digital e continuar com estas infraestruturas. Esta geração pode gostar mais de ver o futebol em casa, mas quer ir ao estádio e ter Internet e produto à mão de semear.” 

O organizador de eventos da Liga ainda acrescentou que o “investimento” do lucro obtido através da centralização dos direitos audiovisuais “pode ajudar a melhorar esta vertente”, referindo-se à melhoria dos recintos desportivos e ao desenvolvimento da tecnologia ao dispor dos adeptos. 

Diretor da Eredivisie “orgulhoso” por ultrapassar Portugal no ranking europeu 

Jan De Jong, diretor da Eredivisie, primeiro escalão da Holanda e antigo diretor geral do Feyenoord, iniciou o seu painel demonstrado um excerto do vídeo viral lançado pela federação quanto esta ultrapassou Portugal, no ranking do coeficiente para as competições europeias. “Peço desculpa por vos relembrar isto, mas queria só demonstrar o orgulho que temos por tal ter acontecido”, admitiu o dirigente, enumerando algumas das ideias que contribuíram para que tal fosse possível. 

“Uma das melhores decisões que fizemos foi dar 5 por cento do prémio monetário que todos os clubes holandeses vençam nas competições europeias, por ano, aos clubes que não participaram nessas mesmas competições. Contribuiu para sermos mais competitivos e subirmos de qualidade em termos gerais”, referiu Jan de Jong, de 57 anos, vincando que o desenvolvimento dentro das quatro linhas também foi positivo: “Notámos que vários jogadores não queriam jogar na Holanda porque tínhamos muitos campos de relva artificial. Mudámos isso em quase todos os campos de treinos, incluindo em divisões inferiores.”

De facto, a Liga dos Campeões ganhou ênfase no paradigma holandês e, como tal, houve adaptações até no que respeita ao calendário. “Os clubes que têm competições europeias marcadas para o meio da semana podem cancelar os jogos da Liga ao fim de semana. Por exemplo, se o Ajax jogar com o Real Madrid numa terça-feira, para a Liga dos Campeões, pode decidir não jogar no fim de semana anterior o jogo da Eredivisie”, disse De Jong.

“Não vendemos os nosso direitos. Todos os clubes na Eredivisie possuem ações na nossa liga. Os clubes têm de entregar os direitos televisivos e, depois, nós fazemos a ponte com os maiores meios de comunicação para os jogos serem transmitidos. Isto torna-se lucrativo e o valor das ações aumenta. O lucro, por exemplo, está estimado que seja algumas centenas de milhões de euros. Mas antes era menos, estava a rondar os 30 milhões de euros”, revelou ainda sobre a centralização dos direitos audiovisuais, situação em avanços consideráveis na atualidade do futebol português, mas com estabilidade na Holanda. 

“Vamos duplicar o lucro por ano para todos os clubes da Holanda. Damos a oportunidade aos clubes de brilharem. Por isso, não queremos colocar só quatro clubes na Europa e acreditamos que possam sim ser cinco ou seis clubes bem posicionados. Se quisermos ficar no 6º lugar do ranking e até aproximarmo-nos da França temos de ter capacidade financeira para lucrar e subsistir ao mesmo nível”, concluiu.

Adeptos do Real Madrid comentam publicações do Sp. Braga 

O Sp. Braga regressou ao escalão máximo das competições europeias em 2023/24, onde participou na fase de grupos da Liga dos Campeões e chegou mesmo a defrontar o Real Madrid. Encontro que, segundo Alexandre Carvalho, diretor de comunicação, foi um “fator importante” para os meios sociais do emblema minhoto. 

“Chegámos ao final da época com 40 por cento de aumento em termos digitais. São números esmagadores, aumentámos mais de 500 mil seguidores relativamente ao número anterior. Há um fator importante, que é o jogo do Real Madrid. Fizemos um vídeo deles a chegar de autocarro ao estádio e, de certa forma, até caiu mal entre jogadores e até ao presidente, porque parecia que estávamos a dar moral ao adversário. Porém, foi o vídeo mais visto do Sp. Braga na rede social X. Só com um minuto de conteúdo” revelou o representante dos guerreiros, admitindo que “trouxe novos fãs” para os meios sociais do público bracarense: “Até adeptos do Real Madrid passaram a seguir-nos e a comentarem as nossas publicações, foi especial.”