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Robson Bambu, o novo patrão da instável defesa bracarense? «Tem vantagem em relação aos outros» :: zerozero.pt – zerozero.pt


Está prestes a começar uma nova era no SC Braga. Depois de conseguir o quarto lugar na Liga Portugal Betclic, oitavos-de-final da Taça de Portugal e o troféu da Allianz Cup, a turma bracarense foi «obrigada» a recorrer ao mercado de transferências para colmatar a saída de Artur Jorge para o Botafogo, ainda antes do fim da época 2023/2024.

António Salvador apostou as fichas todas em Daniel Sousa, jovem técnico que deu nas vistas no FC Arouca. Mas o português não veio sozinho, pois Robson Bambu também se mudou para a cidade de Braga, depois de dez jogos realizados com a camisola dos Lobos de Arouca – chegou a meio da temporada emprestado pelo Nice.

A pequena amostra foi o suficiente para os Gverreiros desembolsarem mais de um milhão de euros para contarem com os seus serviços até ao verão de 2028. Aos 26 anos, e após experiências em vários clubes, o camisola 3 prepara-se para voltar a encontrar a estabilidade que tanto ambicionou nas últimas épocas e que não foi possível devido a lesões.

Um pesado rótulo

As lesões, exatamente. O atleta, de 26 anos, tem uma carreira marcada por vários infortúnios que o impediram de ter continuidade em todos os clubes por onde passou. Terminou a formação no Santos, estreou-se pela equipa principal, mas assinou pelo Athletico Paranaense no ano seguinte. Apesar de ter realizado apenas 24 jogos, o Nice desembolsou oito milhões de euros pelos seus serviços.

23 partidas na estreia no campeonato francês, sendo que partilhou o balneário com alguns nomes conhecidos. Danilo Barbosa, Rony Lopes ou Jean-Clair Todibo. Porém, regressou ao futebol brasileiro pelas portas do Corinthians e do Vasco, fruto de cedências temporárias, mas as passagens ficaram marcada por… vários erros. Agora é altura de mais um capítulo, desta feita em Braga.

Robson Bambu esteve no Vasco @Daniel Ramalho/ Vasco

O central brasileiro foi um dos primeiros reforços anunciados para o desenho de 2024/2025, transmitindo a ideia de que a defesa era um dos setores que mais precisava de atenção. Na última época, foram quatro os jogadores que passaram pelo eixo defensivo: Paulo Oliveira, Serdar Saatci, José Fonte e Sikou Niakaté. A última dupla da temporada, Sikou Niakaté – Paulo Oliveira, contrastou com Sikou Niakaté – José Fonte, que jogou diante do TSC Backa Topola, na primeira mão da terceira eliminatória da Liga dos Campeões, logo a 8 de agosto.

Perante este cenário, o zerozero foi tentar perceber melhor o que é que o defesa central pode acrescentar à estratégia bracarense, os seus pontos fortes e fracos e o impacto que pode ter numa defesa que teve vários problemas em 2023/24- 50 golos sofridos em 34 jornadas. Pegámos no telefone e fomos ao encontro de José Nuno Azevedo, antigo defesa do SC Braga, clube que representou em mais de 300 ocasiões.

Treinador conhece-o bem

A carreira do lateral direito fala por si mesmo. Começou a dar os primeiros passos no Sporting Clube da Cruz e, em 1985/86, deu o salto para o FC Porto, onde terminou a formação. Seguiram-se, depois, aventuras no União de Lamas, FC Famalicão e Gil Vicente, antes de vestir a camisola do SC Braga, emblema em que esteve a maior parte da carreira: de 1992 até 2003, altura em que pendurou as botas, após uma temporada com 16 jogos realizados.

Com 307 jogos e oito golos marcados, o antigo camisola 2 é um nome importante na história do clube e está familiarizado com a realidade pintada de vermelho e branco, pelo que sabe na perfeição o que é jogar pelo SC Braga. «Neste momento têm um pouco mais de responsabilidade comparativamente à minha altura. Cresceram e estão num patamar acima. São exigentes e realidade de hoje em dia é distinta. O quotidiano é feito de pressão, sem dúvida alguma», começou por referir. A diferença de realidades será o principal entrave de adaptação para o brasileiro?

Também vestiu a camisola do Corinthians @Rodrigo Coca / Ag.Corinthians

«Em termos emocionais, acho que sim. A forma como pode sentir a tensão de um emblema com outro tipo de objetivos relativamente ao que vivenciou em 2023/2024. Claro que poderá interferir com o seu rendimento, pois trata-se de uma situação diferente. Será necessário trabalhar nesse sentido, porém, penso que o principal é a qualidade e capacidade que foi demonstrando ao longo da última época», acrescentou.

Para ajudar neste processo, Daniel Sousa terá um papel decisivo, uma vez que trabalhou com o central durante alguns meses e poderá ajudar a resolver um problema vivenciado em 2023/2024. «Ele tem vantagem relativamente a outros reforços: o conhecimento que o treinador tem do próprio jogador. A equipa técnica tem acesso a dados que nós não vemos nos jogos, o que permite criar uma perceção mais aproximada da realidade sobre o seu rendimento e personalidade.»

«Eu partilho da opinião de que o SC Braga, nesta época que agora finda, tinha dificuldades na forma como defendia. Não era uma questão de qualidade individual. Penso que a responsabilidade não era apenas dos defesas centrais, mas sim de um problema coletivo que era exponenciado pelas caraterísticas dos jogadores», disse.

«Claro que o Robson não vem resolver todos os problemas, uma vez que teve uma temporada atribulada devido a lesões e pouca utilização. Chegou a Arouca, contraiu uma pequena lesão e não contou com um jogo fácil diante do FC Porto. por exemplo. Depois, conseguiu mostrar as suas capacidades, portanto, teremos que esperar e não colocar demasiada pressão», atirou.

À procura da estabilidade

Mas, afinal, o que é que Robson Bambu poderá juntar ao eixo defensivo bracarense? «É um jogador com caraterísticas diferentes relativamente ao que o SC Braga tinha, nomeadamente na cobertura da profundidade. Usa a velocidade para fazer a diferença e, muito provavelmente, será o atleta mais rápido do setor defensivo, um sinal positivo. A envergadura (185 cm) também joga a seu favor», explicou.

Estreou-se no Santos @Ivan Storti/Santos FC

A pouca utilização nos últimos anos retirou-lhe confiança, mas parece ter encontrado em Portugal um lugar de conforto. «Sabemos que um passe errado retira segurança. Um erro cria desconfiança e dificulta a tarefa de conseguir outro tipo de desempenho. Se melhorar a sua primeira fase de organização, será um elemento importante», explicou. 

«A minha grande dúvida recai nesse aspeto, pois já cometeu erros no passado, não sei se relacionados com confiança ou capacidade física. Uma equipa como o SC Braga quererá ter a iniciativa de jogo, ou seja, precisará de gente com capacidade para iniciar jogadas e organizar as mesmas. A qualidade está lá, só precisa de ser trabalhado», confidenciou.

«Veremos se o José Fonte será o único a sair. Ao Robson falta perceber apenas o enquadramento que vai encontrar, ou seja, quem será o seu parceiro de setor. Acredito que os conselhos do Daniel Sousa o ajudem a estar mais preparado para enfrentar os adversários no campeonato português. Acima de tudo, acho que pode ser um reforço importante e tem a capacidade para se afirmar», concluiu.

A bola está agora do lado do defesa-central brasileiro.





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Marc Valldeperez

Soy el administrador de marcahora.xyz y también un redactor deportivo. Apasionado por el deporte y su historia. Fanático de todas las disciplinas, especialmente el fútbol, el boxeo y las MMA. Encargado de escribir previas de muchos deportes, como boxeo, fútbol, NBA, deportes de motor y otros.

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