Luisa Stefani disputa o Pan de Santiago com ambição por novas … – Comitê Olímpico do Brasil

O sorriso de Luisa Stefani é revelador. A menina que assistia a diversas modalidades pela televisão quando criança e sonhava em fazer parte de uma delegação nacional não perde o encanto com a proximidade de um grande evento, como os Jogos Pan-americanos de Santiago 2023. Anunciada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) como porta-bandeira da delegação na Cerimônia de Abertura, ao lado do nadador Fernando Scheffer, a tenista aproveita os momentos que antecedem as competições para sentir a atmosfera, mas se mostra pronta para virar a chave. Ela garante que pisará no saibro chileno empenhada em somar mais um título na carreira.

“Minha ambição é sempre trazer medalhas, e quero muito que as meninas busquem suas vagas olímpicas de simples no Pan. Para mim é um orgulho enorme representar o país e inspirar novas gerações. Levo o evento como uma etapa importante na preparação para Paris 2024. Estou ciente do favoritismo, mas vejo isso de maneira positiva. Sei que temos condições. É botar a cara para bater, entrosar e “mandar Brasa”. Aceitar a pressão e saber que podemos corresponder à expectativa”, afirmou Luisa.

Um dos combustíveis para buscar o objetivo é a retomada da parceria com Laura Pigossi, com quem a tenista fez história ao conquistar a medalha de bronze no torneio de duplas dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, de forma emocionante. 

“Estou super animada de reencontrar com a Lau. Ela tem uma energia e uma intensidade incríveis de planejamento e treinos. É o momento de entrar nessa vibe dela. Temos uma conexão muito legal. Vamos em busca de criar uma nova experiência. Tenho o cuidado de não comparar as situações olímpicas, pois agora é um piso diferente, no saibro, em uma fase diferente da vida, então vamos construir uma nova história e ir atrás desse ouro”, disse a tenista.

Representante de uma geração do tênis feminino que não cansa de dar orgulho ao país, Luisa sabe da importância dos feitos recentes, tanto seus quanto os de nomes como Bia Haddad Maia, com quem a paulista não descarta formar dupla no ano que vem.

“Já tentamos jogar juntas esse ano, mas ficou difícil no calendário. Quando uma podia, a outra não podia. Acabou ficando para o ano que vem. Como vai ser mais próximo das Olimpíadas, com certeza a gente vai tentar encaixar”, contou a brasileira, animada com o legado que as mulheres do tênis brasileiro hoje podem deixar.

“Nós, mulheres, sempre falamos sobre a importância dos nossos resultados. Eu e Lau trouxemos uma maior visibilidade e a Bia tem conseguido resultados incríveis. Trazer mais atenção para o esporte é super importante. Temos três meninas no top 100, então esse momento é muito bom. Somos uma geração forte e atenciosa na questão do tênis como um todo, sobre a nossa representatividade. Cada uma tem sua própria história, sua maneira de lidar com a equipe, mas todas somos muito focadas no processo. Que a gente possa ajudar a transformar as próximas gerações, porque daqui a um tempo teremos que passar o bastão”, disse a atleta, de 26 anos.

Luisa Stefani é a primeira tenista brasileira na história a ingressar no Top 20 do ranking de duplas da WTA. Ao lado de Carol Meligeni, foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-americanos Lima 2019. E, dois anos mais tarde, ao lado de Laura, conquistou a inédita medalha olímpica para o tênis nacional: bronze em Tóquio. Tem no currículo, além disso, o título de duplas mistas do Grand Slam da Austrália, em 2023, depois de se recuperar de grave lesão no joelho.

Scheffer e Luisa terão a honra de carregar a bandeira nacional na inauguração da competição continental nesta sexta-feira, 20, às 20h30 (horário de Brasília), no Estádio Nacional do Chile. O Canal Olímpico do Brasil e o YouTube do Time Brasil transmitem.